Tuesday, January 11, 2011

A origem do Big Brother

Nessa época do ano, milhões de olhos ficam vidrados na telinha, ansiosos pra conhecer os participantes da casa mais espiada do Brasil. No entanto, alguém sabe quem foi o Big Brother (O Grande Irmão), como surgiu e qual é o perigo que esse tipo de programa representa para a nossa liberdade individual?

O Big Brother é um personagem do livro 1984, escrito por George Orwell em 1948. O Big Brother é presidente da Oceania, da qual faz parte, dentre outros países, a Inglaterra. O grande problema é que ninguém sabe se o Big Brother existe, já que não faz aparições públicas. É somente visto em cartazes e em raras aparições televisivas. Mas creia, não saber se o presidente existe ou não, definitivamente, é o menor problema que o povo enfrenta.

Esse país vive um grande regime de exceção. Desse modo, todas as liberdades, inclusive as de expressão, não existem. A imprensa, por sua vez, é manipulada para que para que sirva ao governo. O exemplo clássico é o personagem principal do livro, Winston Smith. Ele trabalha no Ministério da Verdade, retificando “erros” da mídia impressa. Em uma notícia publicada em um jornal, há alguns dias, havia sido noticiado que cada habitante receberia 30 gramas de chocolate por mês, ao invés dos 15 habituais. No entanto, por motivos que ninguém sabia, pois somente o Estado sabia de tudo, o montante de chocolate dado seria somente de 20 gramas por pessoa. Cabia a Winston encontrar o registro da “notícia errada”, refaze-la, descartar a notícia original e divulgar a segunda como se fosse a única verdadeira. E as pessoas acreditavam, esquecendo da primeira notícia. Será que você nunca testemunhou isso no mundo real? Uma amiga desse poeta mostrou um fato parecido com esse no mundo real e fiquei horrorizado. Mas isso não é o pior de tudo.

Até mesmo um regime de exceção tem que contar com o apoio de seu povo. Os filhos, desde pequenos, eram educados para denunciar seus pais caso cometessem algum ato contra o sistema, contra o Partido. Essa forma de agir é muito comum nos países totalitários. Além disso, pessoas ligadas ao Partido, como o próprio Winston, só poderiam ter contato com pessoas do sexo oposto para tratar de assuntos relativos ao trabalho. Qualquer demonstração de amor era proibida e o sexo servia apenas para procriar. O pior é que não podiam burlar essas leis, pois são constantemente vigiados, do despertar ao adormecer, onde quer que estivessem. Será que isso lembra algo?

No livro, o dispositivo que fazia essa vigilância era chamado de teletela e era uma espécie de televisão. Todas as casas possuíam. Servia tanto para assistir como para ser assistida. Podia-se dialogar com a teletela, mas nunca se sabia quem estava do outro lado. Era ela quem determinava a hora da pessoa levantar, por exemplo, qual seria sua rotina de exercícios. Caso esse cronograma de exercícios não fosse respeitado, a pessoa podia ser morta. Essas teletelas ficavam espalhadas em todos os lugares da cidade, não apenas nas casas. Assim, as pessoas não podiam ser ser elas mesmas, pois podiam ser condenadas por isso. Apesar que, no livro, de tanto ter a realidade alterada pelo Partido, quase todos não se lembravam do passado, nem de como agir naturalmente. Para elas, as teletelas não importavam mais.

Não tenho a intenção de julgar ninguém, mas o que me choca é a existência de quem goste de assistir a pessoas confinadas numa casa. Não percebem que no futuro, caso nada seja feito, nossa própria casa será invadida por um monte de câmeras, para o Estado nos controlar, e ainda prestigiam esse tipo de programa? Não poderemos ser nós mesmos nem em nossas casas. Nunca estaremos sós. E isso já está acontecendo. Estamos cercados por câmeras em todos os lugares. Seja caminhando ou dirigindo, saboreando um hambúrguer, fazendo compras, indo viajar! O Estado vendeu a imagem de que a polícia é ineficaz e, já que não quer investir em segurança, as pessoas se armam com câmeras. Contudo, como não se faz justiça apenas com imagens, logo vai haver um aumento dos grupos de extermínio. E não posso esquecer dos satélites que rodeiam minha cabeça e mostram para o Bando de Bandidos, através de imagens, quais são os locais mais fáceis de invadir minha casa. E viva o Progresso!!!

Friday, January 07, 2011

Estaca Eterna


Camões dizia que “amor é ferida que dói e não se sente”. Não cabe a mim discutir a genialidade do Poeta-Mor da Língua Portuguesa, mas não sei onde esse tipo de amor se esconde. Acho que não é à toa que amor rima com dor e os espinhos da flor doem tanto na alma. Infelizmente, o amor acaba ferindo, mas não por culpa dele próprio, posto que é um sentimento que habita em nós. Os culpados acabam sendo nós, mulheres e homens, sem exceção.

Quando estamos sós, costumamos olhar

aquele casal de pombinhos na rua, se beijando, acariciando e torna-

se inevitável sentir um pouco de inveja. Além disso, mesmo aqueles que não são religiosos, costumam olhar para o céu e pensar “Ó Senhor, por que estou só”? Conseqüentemente, o número de casais flagrados em situação amorosa aumenta no decorrer do dia. Ao dormir, a sensação de solidão é tão grande que é preciso agarrar-se a um travesseiro, uma boneca para poder dormir melhor.

Algumas estações depois, algo acontece, e a pessoa solitária encontra alguém. Para sua surpresa, a troca de experiência, de palavras, é fantástica e aparentemente, por algum período, tem-se a impressão de ter encontrado a pessoa com quem se casaria e o comercial de margarina parece que vai se tornar real. Apenas parece.


Depois de algum tempo, começam a surgir brigas, ciúmes inconseqüentes e, deitado na cama com seu amor, você percebe que era melhor estar com uma boneca. Ela não roncava, não brigava, não reclamava da sua roupa, maquiagem... Você se lembra daqueles casais que vislumbrava quando estava solteira e se pergunta como fingiam tão bem. E seus amigos ainda dizem que vocês formam um casal perfeito. Será que não percebem a encenação?

Quando ocorre a separação, a Estaca volta a ser colocada no Coração que sangra por estar só. A Estaca só é retirada com o encontro de outro companheiro para depois ser espetada quando ele se vai. E cada espetada dói. A busca pelo amor é eterna, mas a vida não.

Estaca Eterna

Dói

como há

muito

não sentia.


Camuflada?

Surgiste

de auto-agressão

não física

mas que sangra

meu coração,

em vão,

mas fere.


A tristeza,

vil companheira,

é plena em

meu peito

chagado.

O martelo

não cessa.

O sangue

é abstrato.


Ai de mim!

Eu mesmo

me imolei

com Estaca Eterna.

E esse martírio

não cessa.

10.02.09



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Sunday, January 02, 2011

2011 A.D - Estamos Perto do Fim?








Alguns como eu, oriundos da década de 70 ou mesmo de anos anteriores, duvidaram, mas aconteceu: chegamos em 2011, vivos. Infelizmente, os mortos não tiveram a mesma sorte. Sou um simples Poeta, não tenho poderes mediúnicos. Baseio-me somente na observação dos fatos e não tenho vergonha de dizer que, às vezes, só eu vejo o que acontece, as conexões que muitos julgam improváveis. E uma das lições que aprendi no ano passado foi a que afirma que é melhor manifestar-se, ainda que não seja ouvido, que guardar a opinião apenas para si.

Nessa madrugada do dia 2 de janeiro de 2011, me pego pensando em 2012. O período que cerca esse ano até o dia 21 de dezembro do ano vindouro será muito conturbado. Independente da crença ou não de que nessa data ocorrerá um cataclismo e acabará com a vida na Terra, ela está enraizada em nós. Por esse motivo, vejo que, mesmo sem Fim do Mundo, o medo da Profecia Maia tornará nossa existência mais difícil. Creio que haverá cada vez mais crimes bárbaros, pois as penas desses crimes serão inferiores a dois anos, já que o ano terminara em dezembro de 2012. Haverá mais intolerância sexual, religiosa, dentre outras. Se dúvida, pense como no princípio a Parada Gay era segura. Mesmo com mais de um milhão de pessoas, era um exemplo de civilidade. Hoje em dia, ir nesse evento é um convite para ser, no mínimo, agredido. Quanto à religião, apesar de respeitar todas elas, me espanta o fato de ter igrejas evangélicas abrindo em cada esquina,muitas vezes chamando seus fiéis pelo medo, pela dor. E muitas dessas igrejas digladiam entre si, pois muitas delas afirmam ser o único caminho para a salvação. Isso sem mencionar que se tornou tão fácil uma igreja ter programa na televisão e milhares de seguidores em casa. Se isso não é um prenúncio do fim dos dias, logo esses programas terão mais audiência que as novelas. E isso só pode ser causado pelo medo de desagradar a Deus e salvar a alma, pois o fim está próximo.

Confesso que não conheço o calendário maia, mas não sei se existe uma relação entre esse calendário e o nosso, que é mais recente. Caso essa relação exista, é preciso lembrar que, de acordo com especialista, Jesus teria nascido em IV a.C. Desse modo, pode-se especular que 2012 ocorreu em 2008 e continuamos vivos. Estamos salvos! Será?


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